Publicado em 03 Janeiro 2011
Desastres naturais mataram 295 mil
Os desastres naturais deixaram 295 mil mortos e US$ 130 bilhões em prejuízos em 2010, afirmou nesta segunda-feira a seguradora alemã Munich Re.
As catástrofes mais mortíferas foram o tremor de terra de janeiro passado no Haiti (222.570 mortos), a onda de calor e incêndios florestais no verão na Rússia (56 mil mortos) e o terremoto de abril na China (2.700 mortos).
Os desastres mais onerosos foram o terremoto de fevereiro no Chile (US$ 30 bilhões e 520 mortos) e as inundações de julho em setembro no Paquistão (US$ 9,5 bilhões e 1.760 mortos).
No total, a Munich Re contabilizou 950 catástrofes naturais em 2010, uma cifra muito superior à média dos últimos trinta anos (615).
Estes desastres deixaram quatro vezes mais vítimas que a média desde 1980 (295 mil mortos contra 66 mil) e foram mais custosos (US$ 130 bilhões contra uma média de US$ 95 bilhões).
Veja os principais desastres naturais que abalaram o mundo em 2010:
Haiti: 12 de janeiro
Considerado um dos mais violentos da história, um forte terremoto de magnitude 7 devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe, deixando mais de 230 mil mortos, mesma cifra dos tsunamis de 2004 no sudeste asiático.Oito dias depois, um novo tremor de magnitude 6,1 atingiu o país, pouco antes de as operações de busca serem dadas como encerradas. Um dia depois da tragédia, o governo brasileiro confirma a morte de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, que estava a trabalho no país, que conta com a Minustah, missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), chefiada pelo Brasil. Conferências da entidade reuniram centenas de países comprometidos com doações de até US$ 5 bilhões para a reconstrução do Haiti. No fim de outubro, após 50 mortes por diarreia aguda, o governo confirma que o país vive uma epidemia de cólera. Quase dois meses depois, mais de 2.000 pessoas são confirmadas mortas pelo surto, que, segundo uma investigação francesa, foi trazido ao país por soldados da ONU. A entidade rebateu o relatório. Já em dezembro, o país viveu conturbadas eleições, que até o dia 20 ainda não tinham resultado oficial divulgado.
Chile: 27 de fevereiro
Um terremoto de magnitude 8,8 --classificado como o quinto mais potente em toda a história-- atinge o Chile, levando a presidente Michelle Bachelet, em fim de mandato, a apelar por ajuda internacional. O líder-eleito, Sebastían Piñera, que assumiria em 11 de março, pede contenção aos chilenos em meio a ondas de saques e mais tarde demite chefe militar que atrasou alerta de tsunami. Inicialmente o número de mortos passava de 700, mas foi revisado para pouco mais de 500 ao final das buscas. O governo estimou em R$ 4,5 bilhões os prejuízos causados pelo tremor que deixou ainda mais de 2 milhões de desabrigados. Os 2 minutos e 45 segundos de abalo liberaram uma energia equivalente a 100 mil bombas atômicas, indicaram especialistas.
China: 13 de abril
Tremor de magnitude 6,9 atinge a província de Qinghai, na China, na região autônoma tibetana de Yushu. Uma semana depois, o governo confirma a morte de 2.039 pessoas. Mais de 12 mil ficaram feridos, 1.434 em estado grave.
Paquistão: 15 de agosto
Em visita ao Paquistão, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que as enchentes no país são o pior desastre que ele já viu, e pediu ajuda com urgência às 20 milhões de pessoas afetadas --quase 10% da população do país. As chuvas deixaram ao menos 1.600 mortos e 2 milhões de desabrigados. As chuvas de monções torrenciais na Ásia também causaram inundações na Índia, em Bangladesh e no Nepal.
Indonésia: 25 de outubro
Um tsunami causado por um terremoto de magnitude 7,5 atinge as ilhas Mentawai, em frente à Sumatra, matando 408 pessoas, além de deixar 303 desaparecidas e 412 feridas, segundo as autoridades da Indonésia. Um dia depois, começa uma série de erupções no vulcão Merapi, em Java, que deixa ao menos 240 mortos e força milhares a fugir de suas casas.
Fonte: Fonte: Folha Online